Accessibility Tools

Você está aqui:
>
Solução para o plástico: resíduo se transforma em insumo industrial
José Carlos Pinto, coordenador do Engepol, mostra a planta de reciclagem: reinserção de materiais na cadeia química (Foto: Alessandro Costa)

Solução para o plástico: resíduo se transforma em insumo industrial

Coppe/UFRJ e Petrobras investem em tecnologia que transforma resíduos plásticos em nova matéria-prima

Renan Fernandes

O Laboratório de Engenharia de Polimerização (Engepol) da UFRJ inaugurou nesta terça-feira (18/11) uma planta piloto de reciclagem química. Com a capacidade de processamento de uma tonelada de resíduos plásticos por dia, os pesquisadores pretendem desenvolver projetos que permitam a redução do uso de petróleo bruto a partir da reinserção dos compostos na cadeia química, como novos materiais plásticos ou combustíveis.

“Os materiais não precisam ter a mesma destinação de seres vivos. Não precisam ser enterrados e decompostos pela natureza, podem ser reinseridos na cadeia química”, explicou o professor José Carlos Pinto, coordenador do Engepol, sobre a vida útil de materiais como copos descartáveis e sacolas plásticas.

A reciclagem química se dá por meio de uma reação chamada pirólise, processo térmico que converte resíduos plásticos em óleo e gases reutilizáveis. A técnica permite reinserir o material na cadeia produtiva como matéria-prima de alto valor para o setor petroquímico, incluindo produtos como querosene, nafta e compostos aromáticos.

“No caso dos plásticos, em vários aspectos são fontes mais puras e ricas de carbono e hidrogênio do que frações de petróleo”, detalhou José Carlos.

Investimento

A estruturação da planta contou com o investimento de R$ 7,4 milhões da Petrobras na reforma do galpão, aquisição e instalação da unidade. A empresa ainda financia, com R$ 2,9 milhões, o projeto de pesquisa que pretende avançar no desenvolvimento de novas práticas de lidar com resíduos sólidos de plástico.

“É fundamental criarmos parcerias e conhecimento para enfrentarmos a questão dos resíduos plásticos de forma sistêmica e inovadora”, afirmou Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.

A empresa petrolífera calcula que cerca de 16% do petróleo bruto seja convertido em produtos petroquímicos e trabalha com a perspectiva de aumento nos próximos anos. “O eventual declínio do uso do petróleo para o transporte trará um aumento da conversão dessas moléculas em polímeros”, analisou André Bello de Oliveira, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Centro de Pesquisas da Petrobras.

“Por isso esse tema é tão importante. O que hoje já é um problema sensível da destinação correta vai tornar-se ainda mais importante nos próximos anos”, completou Oliveira.

Para a professora Suzana Kahn Ribeiro, diretora da Coppe, a universidade deve servir como caixa de ressonância de boas práticas e da utilização de tecnologias inovadoras: “É nosso papel estar sempre atentos aos desafios globais e encarar a tecnologia como aliada para enfrentá-los”.

Notícias Recentes